segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A última que morre

Texto meu pessoal, espero que curtam!

Ele acorda, o sol invade o quarto, com potentes feixes em branco brilhante, o dia começou bem. Descendo as escadas, uma mesa farta, ele se delicia imaginando devorando tudo aquilo, La fora o azul ofuscante lapida o firmamento, recordando dias de uma vida memorável. Sentado na varanda a mente infante se ocupa observando tudo, o mar verde que se estende até onde a vista alcança, o pega-pega dos passarinhos tecendo sinfonias na brisa que sopra o cachorro que brinca sua liberdade.

Ele se vê mais uma vez em cenário tão familiar, absorve cada sensação, degusta cada momento, o tempo corre manso junto com seus desejos, o âmago da felicidade é um passeio gostoso ao por sol e um descanso na sombra de um frondoso carvalho, não quer que acabe! Sonhos na palma da mão se misturam em realidade, a sensibilidade e elevada à enésima potência, o raro vira cotidiano.

A manhã dorme e a noite acorda, o brilho prateado da lua paira imutável nos confins, acompanhada de respingos estelares alegrando a escuridão, ele se afoga nas palavras de um bom livro, dialoga com os grandes antes dele. O sono pede permissão para entrar, assim como se fosse para um bom amigo a permissão é concedida e os olhos se fecham.

Ele acorda mais uma vez, os pensamentos estão distantes, o papelão não disfarça a dureza do chão frio da calçada, pessoas se movendo na rapidez de um pulsar não o notam, não querem notar, o dia assume tons de cinza, devorando as cores pintadas, uma aquarela monocromática que esmaga sensações. Está na hora de trabalhar, está na hora dos malabares no semáforo, as buzinas aplaudem, não param de tocar, opa! Não eram aplausos, a luz ficou verde, sentado na beira do canal ele espera o piscar de olhos trazerem o fim de mais um dia.

A metrópole dorme, ele não, ainda não achou o lugar certo, embaixo do viaduto é a saída, precisa dividir com outros, mas não tem problema, não é a primeira vez. O sono não chega, em devaneios ele se pergunta: o que aconteceu com a minha realidade? Estou sonhando com certeza. Essa é a resposta que o convence, é seu escape, ele espera acordar novamente, ele não distingui mais, está perdendo a razão, porém prefere assim, prefere a insanidade, assim é melhor, alimenta a imaginação, traz de volta o sol, o céu azul, o carvalho, a grama, os pássaros o cachorro, a lua, as estrelas.

Traz de volta... A esperança.

Victor Silva

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A capacidade de fazer sonhar


Hoje consegui ver a mais nova animação da Pixar: Toy story 3, e posso afirmar a vocês que não existe hoje estúdio mais apaixonado em “fazer cinema” como eles. O post de hoje e pra descontrair, tentar despertar o lúdico em cada um dos que lerem.

A Pixar Animation Studios é uma empresa de animação por computação gráfica, que na sua gênese era um braço da companhia cinematográfica do badalado diretor George Lucas, a Lucasfilm, no começo ela se chamava Graphics Group mudando logo depois para Pixar, seu “estouro” veio quando firmou parceria com os estúdios Walt Disney.

A paixão com que eles criam suas películas, a dedicação, a entrega, é algo fenomenal, e esses sentimentos são passados através de seus filmes, aqui, a computação gráfica e mera coadjuvante para um espetáculo de idéias que vão desde, a preservação do meio ambiente, até, a passagem da infância e adolescência para a vida adulta, nesse ponto Toy Story já se tornou um clássico. A historia gira em torno de um grupo de brinquedos que sem explicação nenhuma adquirem vida, e pelos olhos desses brinquedos vemos o crescimento de uma criança, que culmina no terceiro e, até agora, ultimo capitulo da franquia, que na humilde opinião desse seu amigo que vos escreve, é um dos melhores filmes do ano, não só pela beleza estilística, mas também pela forma de se contar a historia, a ultima cena traz uma dramaticidade tão grande que é quase impossível para as pessoas, com sangue nas veias pelo menos, não deixar escapar uma ou duas lagrimas. O filme em si nos mostra o quanto é importante termos uma infância, o quanto faz bem para o aprendizado e amadurecimento da criança ter seus momentos com seus brinquedos, amar e ser amada por eles, além de que, vermos e sentirmos isso tudo do ponto de vista dos brinquedos é sensacional.

Outros filmes interessantíssimos da irretocável carreira do estúdio que podemos destacar, de minha preferência, são Wall-e e UP, o primeiro nos trás a questão do meio ambiente e o desastre que pode causar o descaso e a falta de preocupação para com ele além de mostrar o personagem titulo, um robô que ensina seres humanos a serem humanos! O segundo já parte um pouco para a seara do subjetivismo dialogando com a idéia de que um passado mal resolvido, mesmo que tal passado tenha sido extremamente recompensador, pode nos assombrar por muitos anos, idéia representada no personagem Carl Fredericksen, e como bastam atos de pura inocência, a mais pura bondade pra abrir nossos olhos antes vendados por esses “fantasmas do passado”, no filme isto se mostra no pequenino Russel.

O fato é que no mundo em que vivemos precisamos de filmes como esses, para nos lembrar o quanto o ser humano pode ser bom, da nossa capacidade infinita de fazer o bem, e para aqueles que acham que são filmes para crianças deixo as palavras de David A. Price extraídas do livro The pixar Touch: "são personagens com apelo às crianças, mas que têm problemas adultos”.

Resolvi colocar uma lista dos filmes já lançados pelo estúdio para quem quiser apreciá-los, em algum momento:

§ 1995 - Toy Story

§ 1998 - Vida de Inseto

§ 1999 - Toy Story 2

§ 2001 - Monstros S.A.

§ 2003 - Procurando Nemo

§ 2004 - Os Incríveis

§ 2006 - Carros

§ 2007 - Ratatouille

§ 2008 - Wall-E

§ 2009 - UP

§ 2010 - Toy Story 3

Atual Egito = “Embrião” de revolução?



O Panorama Geral: desde o dia 25 de janeiro os egípcios vivem seus “dias de luta”, inspirados na insurgência Tunisiana, que derrubou o ex-ditador Zine El Abidine Ben Ali, em 14 de janeiro, o povo foi às ruas protestar contra o aumento no preço dos alimentos, o desemprego crescente no país e contra o que os manifestantes chamam de “corrupção do governo”.

Estão ocorrendo sistemáticos confrontos contra as forças repressivas do estado, acarretando, infelizmente, em vitimas fatais.

O manifesto foi integralmente organizado pela internet, fato esse que culminou no cancelamento da mesma em todo o território.

È interessante analisarmos esse acontecimento pelo ponto de vista da revolução, pois esta seara muito me chamou a atenção, em relação ao caso egípcio principalmente, pelo fato de que “casou” quase que perfeitamente com a situação em questão.

Primeiro precisamos definir o termo revolução que de acordo com o Dicionário Houaiss designa: "grande transformação, mudança sensível de qualquer natureza, seja de modo progressivo, contínuo, seja de maneira repentina"; "movimento de revolta contra um poder estabelecido, e que visa promover mudanças profundas nas instituições políticas, econômicas, culturais e morais". Resumindo temos que significa uma grande mudança político-social.

As grandes revoluções da historia humana quase sempre seguiram um mesmo roteiro, descontentamento com o estado, quase sempre opressor, e tinham como personagens mais atuantes as camadas mais populares da sociedade, que não por acaso eram as que mais sofriam com a repressão, como exemplos citarei três: a revolução francesa de 1789, a revolução russa de 1917 e a revolução americana de 1776. Fazendo um paralelo com o caso egípcio notasse que a diferença para as três citadas acima é que não se chegou a promover uma mudança ainda nas bases do governo atual, levando-nos a inferir que o termo revolução não se encaixa com o que ocorre no Egito hoje, por esse motivo, o titulo do post de hoje.

Um estado sempre se edificou sobre camadas pobres da massa, sendo elas as responsáveis por prover as camadas mais acima com produtos essenciais ao “convívio”, é um equilíbrio extremamente frágil, que chega a ser intrigante o fato de que uma pequena parcela de pessoas consiga manter um controle sobre outra parcela milhares de vezes maior sem, na maioria das vezes, afetar esse equilíbrio, porém pode ocorrer uma ruptura nessas relações sociais, é nesse contexto que geralmente ocorrem as revoluções, um fenômeno que dificilmente pode ser contido, pelo simples fato de que são milhares de insastifeitos, contra uma pequena elite dominante. Colocando a analise acima de outra forma temos o que, o celebre Karl Marx, em um prognóstico teórico sobre o fenômeno da revolução disse: “Numa certa etapa do seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes ou, o que é apenas uma expressão jurídica delas, com as relações de propriedade no seio das quais se tinham até aí movido. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações transformam-se em grilhões das mesmas. Ocorre então uma época de revolução social.”

Cabe aqui uma frase que vocês já devem ter ouvido sair da boca de muito político: “o governo e feito do povo, sem ele o governo tampouco existe”.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Razão X Emoção


Esse não é um post dos mais originais, mas eu estava lendo uns artigos sobre psicologia na internet e me deparei com esse tema, achei interessante e resolvi divagar um pouco sobre ele

Eis o embate, podemos dar vários nomes aos bois, porém prefiro colocar apenas a essência do conflito.

Desde os primórdios o ser humano se vê no meio de um duelo gigantesco, somos bombardeados a todo o momento com decisões que temos que tomar, e é nesse momento que essa luta se intensifica, pois devemos escolher qual das duas palavrinhas acima seguir e depois torcer para que tenha sido a escolha certa. A pergunta é: como saber qual escolher?

A resposta: não sabemos, pois não existe resposta, pois uma não vive sem a outra, há decisões racionais impregnadas de emoção e decisões emocionais impregnadas de razão a diferença se baseia no ponto de vista tomado, para exemplificar: imagine um casal com muitos anos de estrada, com o passar dos anos a relação se desgasta e os dois brigam muito chegando ao ponto da agressão física e ela decide ir embora. Eis uma decisão que poderíamos chamar de razão, pois ninguém em sã consciência ficaria com alguém que lhe maltrata, porém tal escolha possui também uma carga emocional muito grande. Por trás dessas “cortinas racionais” se misturam tristeza, felicidade, saudade, nostalgia entre outros sentimentos que fazem com que queiramos chorar, gritar etc.

Ou seja, esse duelo não é no sentido de que devemos escolher um ou outro, e sim no sentido de que devemos saber dosar a quantidade certa em nossas decisões, fazer com que elas caminhem juntas, um equilíbrio frágil para uns forte para outros.

Justificando o titulo

Oi galera!
Bom, pra começar como eu disse no titulo desse post, deixa eu explicar pra vocês, ou pelo menos tentar, o "Baderna Cultural", esse nome me surgiu do nada, literalmente, eu já estava a tempos querendo criar um blog só que nunca conseguia pensar em algo que pudesse em poucas palavras transmitir a essência, que fizesse o leitor entender de cara o que ele vai encontrar ao navegar por esse blog, felizmente um belo dia estou eu a navegar pela internet e o nome me veem a cabeça.
Como o nome ja diz aqui, vocês vão encontrar de tudo um pouco, uma "baderna" de temas a serem discutidos por mim e, assim eu espero, por vocês, temas esses que não terão uma origem especifica podendo vir de qualquer lugar, basta apenas que me chame a atenção e eu ache que vala apena compartilhar com vocês.
È isso, espero que vocês curtam a viagem